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21 de março de 2014

Trabalhadores cubanos fazem protesto contra o governo

 
 
ESSA SAIU NA IMPRENSA (DA INTERNET, CLARO)
 
 


FONTE: 
 
UOL
 
FOLHA POLÍTICA
   
  

Trabalhadores cubanos fazem protesto contra o governo; assista

Imagem: Reprodução
Em uma rara demonstração pública, dezenas de artesãos e vendedores cubanos protestaram na cidade de Holguín, nesta semana, e marcharam até a sede do governo local para exigir o direito de trabalhar sem assédio do governo, disseram testemunhas.


A marcha - que ocorreu na terça-feira (21) em uma capital provincial a uma hora de distância de onde Fidel e Raúl Castro passaram a infância - foi uma resposta surpresa e espontânea à repressão ocorrida mais cedo naquele dia em um mercado local, contaram moradores.
Veja o vídeo: 
 
   
Inspetores foram fazer cumprir uma lei que proíbe os trabalhadores independentes de vender produtos importados ou possivelmente furtados de lojas do governos. Eles confiscaram diversos itens de vários vendedores, os incitando a irem às ruas.
 
Alguns moradores locais disseram, em entrevistas feitas pelo telefone, que o protesto envolveu apenas algumas pessoas que infringem a lei e que tinham queixas inválidas. No entanto, outros, que se identificaram como oponentes do governo, contaram que havia de 100 a 150 manifestantes, descritos como corajosos e, justificadamente, irritados.
 
"O governo revogou as suas licenças e retirou suas fontes de renda, seus trabalhos", disse um dissidente local, que não quis se identificar por medo de represálias. Ele acrescentou que vários manifestantes foram espancados quando confrontados pelas autoridades, e que pelo menos três pessoas foram detidas e depois liberadas.
 
"É uma das coisas mais importantes que aconteceu em Cuba em 54 anos", disse ele. "Foi um protesto por parte dos trabalhadores, não de dissidentes. Nós os apoiamos, mas não organizamos isto."
 
Os analistas discordam sobre o significado do protesto. Alguns observaram que o grupo que promove o protesto, com um vídeo do YouTube supostamente mostrando manifestantes gritando "queremos trabalhar", é conhecido por ser militante anti-Castro, e, possivelmente, infiltrado por forças de segurança cubanas.
 
Mas até mesmo os moradores pró-governo em Holguín - incluindo um motorista de táxi e um empregado de um hospital que fica perto do mercado - reconheceram que o protesto ocorreu e foi conduzido por pessoas autorizadas a trabalhar por conta própria, como parte de esforço limitado de Cuba para incentivar o emprego privado.
   
Ted Henken, professor no Baruch College e presidente da Associação para o Estudo da Economia de Cuba, disse que qualquer revolta de trabalhadores em Cuba, ainda que pequena, reflete a frustração com a tentativa de Raúl Castro de melhorar a economia comunista do país através de calculadas e cautelosas aberturas econômicas.
 
Apesar de cerca de 445 mil cubanos agora trabalharem legalmente para si próprios, de acordo com dados do governo, o crescimento de trabalhadores por conta própria estacionou e as queixas sobre uma aplicação mais rigorosa vêm crescendo há meses.
 
"Tem sido até agora bastante fácil para o governo demitir ou difamar a maioria dos dissidentes dado seu pequeno número e sua total falta de exposição na mídia de massa", disse Henken. "Vai ser muito mais difícil de controlar e conter os cidadãos comuns que estão protestando não sobre a falta de liberdade política, mas sobre a sua crescente frustração com o ritmo para-e-continua das chamadas reformas econômicas de Raúl."
 
 
Damien Cave 
The New York Times / UOL