Pessoas inteligentes que gostam da verdade

8 de janeiro de 2014

Milton Pires fala tudo sobre a Medicina no Brasil e de outros assuntos

  
 
Segue abaixo uma série de artigos do Médico Cardiologista, o senhor Milton Simon Pires, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, que desmascara os causadores dos males no sistema de saúde do Brasil, entre outros assuntos.
   
   
  
  
  
    
  
  
APRENDEU A LIÇÃO, DOUTOR ROBERTO?

Milton Pires

Inesquecível a lição que o Presidente do Conselho Federal de Medicina levou do Governo Federal. Não encontro outro adjetivo para descrever o que senti quando li a publicação da Lei 12.871 no Diário Oficial do dia 23 de outubro. A retirada do primeiro parágrafo do Artigo 16 acabou com a esperança de uma carreira para os médicos em nível federal. No dia 10 de outubro, o portal do CFM na internet publicava entrevista do Dr.Roberto Luiz D’Ávila em que o mesmo dizia ter sido uma “conquista” da classe médica a negociação em que, abrindo mão dos registros profissionais para estrangeiros, o CFM estava garantindo não só a carreira federal como a desistência do governo de criar o Fórum Nacional de Ordenação de Recursos Humanos na Saúde. De nada adianta, portanto, o CFM afirmar que não foi “traído”: foi sim, senhor Presidente, agora é tarde para disfarçar.
  

        
Triste é perceber que isso é só o início. Poucas pessoas entendem perfeitamente a diferença entre Programa e Projeto Mais Médicos e eu sinto curiosidade em saber quantos dos meus colegas se deram ao trabalho de ler por inteira a publicação da Lei no Diário Oficial.
 

     
A expressão a ser gravada nesse momento é “Contrato Organizativo da Ação Pública Ensino-Saúde”. Preparem-se pois dessa “coisa” ouviremos falar muito já que nela estará fundamentado poder capaz de colocar os secretários municipais de saúde numa posição em que “nunca antes nesse país” estiveram. Deles dependerá a decisão sobre onde abrir ou não as futuras faculdades de medicina. Também há que se ter cuidado de perceber como ficará a Residência Médica no Brasil já que, toda especialidade que não incluir um ano de “medicina petista” como pré-requisito, vai – por lei – facilitar a entrada do candidato dando uma nota inicial 10% maior aos que trabalharam com saúde pública.
  

        
Nada mais previsível e nada mais fácil de entender para quem percebe que, depois de 1978, começou-se ainda em plena ditadura militar a implantar um sistema de saúde marxista no Brasil. Passadas décadas o governo brasileiro percebeu que os médicos não são comunistas e que para corrigir esse “contra-tempo” só poderia lançar mão de três alternativas: a primeira seria obrigar todos os médicos brasileiros a trabalharem onde ele (o governo) quer. A segunda; inundar o país com médicos comunistas e a terceira modificar completamente a formação dos futuros profissionais no Brasil. Vejam que, privado da primeira alternativa, o Governo Federal lançou-se com toda força na implantação das outras duas.
  

        
Nada mais previsível do que a farsa de oferecer aos médicos um plano de carreira e depois publicar a lei sem cumprir a promessa. Alegações de que se trata de “matéria diferente” não vão faltar.Desculpas de que não é o momento para se discutir isso vão aparecer e – mais uma vez – lá se vai por água abaixo a nossa esperança. Remédio amargo para todo médico que faz acordo com políticos...Aprendeu a lição, Doutor Roberto?
  

    
Porto Alegre, 26 de outubro de 2013.






CANARINHO NA MINA DE CARVÃO.

Milton Pires

Todo mundo, até eu mesmo, já se convenceu de que somos o “povo que deixa tudo para última hora”. Pagamento de imposto de renda, compra de entrada para futebol, inscrição no vestibular...a lista não tem fim. Deixar coisas para serem resolvidas perto do último minuto parece nos fazer bem. De certa maneira, imagino que ajuda a confirmar a aparência de povo “tranquilo” e que não se “estressa”, não é mesmo? Pois bem, afirmo que nossa capacidade de preocupar-se e propor soluções para o país está sujeita à mesma regra.
  

   
Sabem por que estou escrevendo essas coisas? Porque me parece que de repente a internet, através de blogs, hangouts, redes sociais ou seja lá o que for, ficou cheia de gente que percebeu que é uma urgência tirar o PT do poder no Brasil. Seguindo a tradição nacional, essas pessoas perceberam – na última hora – o que é esse partido e qual o risco que representa para liberdade. Agora começam as idéias: formar partidos novos, continuar com trabalho cultural, implorar pela intervenção militar...Vejam, não estou aqui fazendo a crítica delas. Não estou apoiando ou descartando soluções mas apenas observando de uma maneria muito clara que não se pode fazer – de outubro de 2013 ao final de 2014 – aquilo que o movimento revolucionário vem fazendo no Brasil desde 1968! Sei que parece óbvio escrever esse tipo de coisa mas mesmo assim é necessário.
  

    
O PT não vai sair do poder no Brasil em 2014. Poderá sair do governo; mas não do poder. A diferença entre uma coisa e outra é gigantesca e não vou, novamente, tocar no assunto. Digo ainda que, garantida sua presença no poder, o partido é capaz de inclusive abrir mão do governo já que, uma vez nele, uma série de coisas fica mais difícil de fazer do que quando se está na oposição.
  

     
Até aqui vimos essa gente tomar conta de todo poder Judiciário, livrar da cadeia imediata os réus do processo do mensalão e continuar governando por medidas provisórias. Vencidos fomos quando tentamos nos opor à entrega da saúde pública brasileira nas mãos de pessoas que sequer sabemos se são médicos e agora aproxima-se o “marco regulatório da internet”. Observem quanto tempo a mídia brasileira – quase toda ela afinada com o governo petista – deu às denúncias de espionagem no país. Vejam o número de reportagens extensas a respeito da indignação da Presidente Dilma e o cancelamento da sua visita aos Estados Unidos. Tudo isso foi feito para “preparar o clima”...para fazer com que as pessoas pensem que a censura é de fato necessária e que o PT quer proteger o cidadão brasileiro. Até quando as pessoas vão continuar caindo nesse tipo de conversa?
  

    
Há mais de um século atrás, quando mineiros desciam às profundezas das minas de carvão na Inglaterra, nenhum controle rigoroso havia sobre os vazamentos de gás nos depósitos subterrâneos...Além do risco de explosão, a intoxicação por monóxido de carbono era perigo constante. Preocupados com isso, os trabalhadores adquiriram o hábito de levar um canarinho numa gaiola. Mais sensível aos efeitos dos gases do que os seres humanos, enquanto o passarinho estivesse cantando sabia-se que era seguro continuar com as escavações. Seu silêncio ou sua morte indicavam perigo iminente e determinavam o momento de parar com o trabalho e retornar à superfície...
  

      
Sem querer ofender esses belos bichinhos, imagino que deveríamos pensar na imprensa brasileira como um deles..rss e lembrar que – gostando ou não de pássaros – eles podem nos salvar a vida. Somos duzentos milhões de mineiros de carvão a centenas de metros abaixo da luz e do ar puro. Foi o PT que nos enfiou nesse abismo. Por enquanto ainda respiramos..e o canarinho ainda canta na mina de carvão.
  

   
Para querida amiga Lúcia Nogueira Moraes..

Porto Alegre, 28 de outubro de 2013.






REPROVADOS E DESAPARECIDOS – CRIANÇAS NO CFM

Milton Pires

Muito interessante a nota emitida ontem, dia 29, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Depois de 91% dos candidatos (dados do próprio CFM) serem reprovados no exame de Revalidação o CFM “desconfia” que o Programa Mais Médicos possa ser alternativa para que esses profissionais passem a exercer a profissão no Brasil.
  

    
Pergunte-se: e se isso for verdade? E daí? Qual o poder que tem o Conselho sobre esses profissionais? Não foi o próprio presidente, Roberto Luiz D'Ávila, que aceitou abrir mão dos registros desses médicos concedendo essa prerrogativa ao Ministério da Saúde? Não foi o próprio CFM que emitiu nota em 10 de outubro afirmando que nesse acordo havia alcançado para os médicos a “conquista de uma carreira pública”??
  

     
Existe, em toda ditadura, uma necessidade de falsa oposição...um mínimo de critica e de ataques através da imprensa e das instituições que possa garantir a falsa idéia de normalidade...a impressão de que as coisas não vem “de cima pra baixo”..e a aparência de independência de opinião. Nada mais nesse país escapa ao controle do PT. Quem não o diz abertamente o faz de maneira velada sustentando em frases de lugar comum o relativismo que tudo inviabiliza e a complacência moral que confere uma aparência de modernidade.
  

   
Quando vem a público com um texto hipócrita como o mencionado no início é esse o jogo que faz o CFM..é a isso que se presta divulgando a imagem de independência de pensamento da qual ele mesmo aceitou abrir mão. Nesse processo nada há de particular no que se relacione à Medicina. Questões polêmicas dentro da sociedade passam a ser discutidas à luz de um ordenamento moral maior e implícito no discurso..e de uma lógica que outro dia dissemos possuir um caráter “transversal”. Questões como racismo, xenofobia, comportamento sexual e crenças religiosas “entram” como ponto de referência nos debates mais absurdos. Nada se pode mais discutir sem antes saber com certeza em qual dos campos encontra-se o debatedor. Ao mesmo tempo que preocupa-se com médicos que não passaram no exame de revalidação, o CFM apresenta em sua página com letras garrafais a preocupação do Conselho com crianças desaparecidas e divulga a campanha de “humanização na Medicina” - anestesia perfeita no momento da morte da profissão no Brasil.
  

    
Não houve um só “desconstrucionista” dos anos 60 que não atacasse ferozmente a “ordem do discurso”..que não visse nela de forma implícita, a reprodução dos “valores dominantes” e a “lógica da exploração”. Fumaram maconha, fizeram passeatas, chamaram Mao Tse Tung de filósofo, acreditaram nas bobagens de Timothy Leary e chamaram de arte a picaretagem de Andy Warhol. Destruíram a própria possibilidade de um fundamento racional e ponto em comum num debate filosófico relativizando conceitos em nome da “LSDemocracia” e do fim da “opressão”. Nada sobreviveu...nada ficou...Referência moral alguma existe para nos socorrer pois tudo há que se questionar..tudo há que se discutir num mundo em que a única verdade é que a “verdade é relativa”.
  

        
Cada vez que escrevo, mais repetitivo me sinto...rsss. Não vejo um pensamento filosófico original que não deva ser hoje em primeiro lugar um “muro das lamentações” pois penso que o vazio deixado por 1968 não permite mais sequer um debate sério entre pensadores distintos. Conferências mesas redondas, e palestras em nada podem avançar quando debatedores se medem do ponto de vista moral e não de uma argumentação séria. Iniciar discussões dotado de fortes convicções é pecado mortal no meio acadêmico. Quem assim se apresenta já perde “pontos na saída” perante uma plateia que quer se sentir “perdida”..que aprecia a sensação de “nada saber” e que num processo de identificação puramente emocional elege um vencedor.
  

      
Nasceu a época dos “shows” de filosofia...dos intermináveis debates sem termos em comum, da oposição permitida e da necessidade de sentir-se em “sintonia” com valores maiores (seja lá o que isso queira dizer) que vão determinar se você, mesmo sem ter mencionado algum deles merece ser respeitado quando discute e se opõem a qualquer coisa.
 

        
Vejam o recado deixado pelo CFM: Nos respeitem pelo amor de Deus quando criticarmos o programa Mais Médicos. Nós somos médicos “bonzinhos” e em sintonia com a realidade. Desconfiamos dos reprovados, mas pensamos nos desaparecidos. Somos as crianças do CFM.
 

     
Para o meu pai e para todos os pediatras que ainda falam português..
 
Porto Alegre, 30 de outubro de 2013






ORGULHO E DOR NO PEITO - PESSOAS PRESAS E IDEIAS SOLTAS

Milton Pires

Certa vez li que um processo criminal pode tirar de uma pessoa de bem uma das (ou mais de uma) seguintes “coisas” – dignidade, dinheiro, ou liberdade.

Fico pensando em Genoíno e Dirceu na prisão e tento fazer uma adaptação para entender o que de fato perderam. Veja-se o seguinte: não devolveram um centavo do dinheiro desviado pelo esquema do mensalão, jamais tiveram dignidade alguma em toda sua vida, estão presos temporariamente em regime fechado e devem (ao que tudo indica rapidamente) passar para o semiaberto. Essas constatações me deixam no ponto de partida. Repito a pergunta: o que perderam?

Talvez meu erro esteja na primeira frase. Vejam que ali eu falava em “pessoa de bem” e não me dei conta que isso jamais poderia ser aplicado a esse tipo de gente. Por outro lado, quem proferiu a regrinha do início do texto não pensava num quarto tipo de consequência – a política.
 
Colocar na prisão um cidadão comum é muito diferente de levar até ela um político. De fato pode ser algo muito parecido com um tiro que sai pela culatra. Em 1923 Hitler tornou-se uma espécie de herói nacional. Fracassada a tentativa de golpe de estado em Munique, foi colocado num presídio militar com direito a todas as regalias possíveis. Escreveu um livro e tornou-se símbolo de resistência contra um governo emperrado pela burocracia, decadência e falta de respaldo popular. Esmagada pelas dívidas da Primeira Guerra e vítima de uma inflação sem precedentes na história mundial, a Alemanha estava pronta para aceitar o nazismo. Não houve ninguém na República de Weimar que tivesse a ideia de um bolsa família ou de trazer médicos da URSS para atender os doentes e inválidos da Grande Guerra...não, não foi isso que aconteceu...

Mas voltemos ao tema do texto: imagino a indignação de determinados “companheiros” ao perceber que comparo a prisão de seus heróis com a de Hitler..rss..rss. Peço “desculpas” pelo atrevimento e prometo recuperar o “senso de proporção” (seja lá o que isso signifique) mas afirmo o seguinte – jamais subestimem a capacidade de um Partido como o PT se recuperar e fazer de uma crise política uma oportunidade única. Não é comparação entre Hitler e José Dirceu que estou fazendo; é entre a Alemanha de 1923 e o Brasil de 2013! Aqui minha convicção é outra e não peço (ironicamente) “desculpa” a companheiro algum...Sei muito bem do que essa gente é capaz, discordo radicalmente da ideia de que exista uma boa relação entre Dilma Rousseff e o PT, e não duvido que 2014 ainda vai nos reservar “surpresas”.

Mais de uma vez já escrevi sobre a capacidade da Revolução, como Saturno, devorar seus filhos...Citando o Partido Comunista Chinês, mostrei como “expurgo e reabilitação” são mecanismos corriqueiros que permitem, numa espiral totalitária, uma concentração de poder cada vez maior nas mãos de partidos genocidas que, dizendo proteger a população, caminham a passos lentos em direção à tirania.
  
Tudo que assistimos no Brasil tem precedente na história recente do mundo ocidental. Não é preciso grande esforço para tirar das experiências dos regimes totalitários a lição a ser aprendida e ela é simples: prisões são para pessoas; não para ideias! Tudo aquilo que justificou do ponto de vista “moral” as ações de Dirceu e Genoíno continua intocado. Todos os seus valores, todos os seus sonhos estão vivos nas camisetas com fotos de Che Guevara usadas pelos adolescentes em algumas das nossas melhores escolas secundárias. Nada se perdeu..o sonho permanece e, como se dizia na década de 1980, “a luta continua companheiro”...
 
Duvido muito que os brasileiros tenham percebido que para sobreviver à entrada na Papuda seja necessário aos mensaleiros algo mais do que “orgulho” e que para sair dela uma “crise de dor no peito” Se eu estivesse errado, as pessoas saberiam do perigo que se corre quando se deixam pessoas presas e ideias soltas.

          
Porto Alegre, 18 de novembro de 2013.






INCLUSÃO SOCIAL E EXCLUSÃO POLÍTICA – AVISO SOBRE 2014

Milton Pires

Uma das expressões prediletas usadas na defesa do governo petista é “inclusão social”. Até hoje não entendi exatamente o que significa. Imagino que o Partido perceba-se como capaz de colocar na sociedade pessoas que estavam “fora dela”. Estar fora da sociedade significa o que? Ser um marginal, imagino eu, mas aí coloca-se a confusão: deve-se fazer uma diferença muito clara entre estar fora da sociedade e ser um “fora da lei.” A pergunta portanto é: existe alguém fora da sociedade? Aqui a resposta é uma só: não - o homem é um ser social. Resta uma última alternativa: imaginar que o Partido-Religião esteja se referindo às pessoas não produtivas, sem emprego ou qualquer tipo de renda, aos miseráveis e descamisados que vagam pelas ruas do Brasil.Pois bem, digo que trataremos aqui com essa última tese.

      
Aceitando que seja o conceito correto, cabe perguntar logo na saída: como se sustenta do ponto de vista lógico um partido revolucionário que tem orgulho de inserir a população no modo de produção que pretende derrubar? Imagino que a resposta, no sentido marxista ortodoxo, seja: isso é necessário até que o grau de desenvolvimento das forças produtivas seja capaz de impulsionar o movimento revolucionário, não é mesmo? Novamente respondo eu: isso seria verdade caso estivesse em andamento no Brasil um plano geral ortodoxo em que a conquista dos meios de produção fosse o objetivo principal. Sabe-se muito bem não ser esse o caso aqui. A estratégia é de revolução cultural e não me parece haver mudança de planos nisso.

       
Nesse parágrafo um resumo: já sabemos que a revolução no Brasil dá-se através da cultura e que inclusão social nada mais significa do que empregar pessoas sem renda alguma na cadeia produtiva definida pelos próprios petistas como “capitalista”. Resta confirmar ou não uma coisa – em que medida existe conflito ou conveniência entre essa duas estratégias.

     
Afirmo, de maneira absolutamente nada original, que toda grandeza de uma civilização reside numa espécie de equivalência entre sua riqueza e sua cultura. Imagino a existência de uma espécie de “acoplamento” ou de “compatibilidade” entre aquilo que se produz e o que se é capaz de pensar. Em toda história humana, uma grande dissociação entre esses dois elementos me parece ter sido sempre a causa da escravidão, da guerra e do sofrimento imposto pelas grandes ditaduras do século XX.

      
Nada me parece mais claro do que o rebaixamento de toda cultura superior que existia no Brasil. Já escrevi que desde 1968, ou antes, o movimento revolucionário tem sido incansável na tarefa de destruir nossa capacidade de pensar mas, num exercício de imaginação, gostaria de definir quais as consequências disso no futuro próximo da nossa história.

Recentemente as ruas de Estocolmo e outras cidades da Suécia foram palco de vários distúrbios e movimentos de minorias étnicas. Num contexto de “multiculturalismo” e “bem estar social” surgiram as teses capazes de sustentar a violência como forma de ação política num dos países com os melhores níveis de desenvolvimento do mundo. O que aconteceu lá? Um paradoxo, uma dissociação completa entre riqueza material e de pensamento. Insuflados pelo dogma de que o Estado tudo lhes deve, imigrantes e minorias étnicas enfureceram-se contra o governo levando às ruas um verdadeiro pesadelo. Mesmo longe de serem comunistas ou de possuírem idéias em comum com o Partido dos Trabalhadores, os manifestantes da Suécia tinham, assim como os de junho no Brasil, a noção de “desassistência” e a idéia de “abandono” por parte de um estado que estaria traindo sua constituição.

     
Nada do que escrevi no último parágrafo pode ser aplicado àqueles que, recebendo 70 reais do PT e usando uma máscara ou camisa amarrada no rosto, atacaram lojas e incendiaram carros nas ruas do Brasil em junho. Não é aos black blocs que aqui me refiro, mas às dezenas, às centenas de milhares de brasileiros que caminharam pacificamente pelas ruas do país com uma sensação de gigantesco mal-estar e com uma noção de abandono que perigosamente não encontra capacidade de tradução alguma através da ação política tradicional. Duvido muito que a gigantesca maioria desses manifestantes não tivesse emprego e condição econômica suficiente para possuir em casa os mais recentes meios de comunicação. Não era “inclusão social” que essas pessoas queriam; era “inclusão política”...São conceitos completamente diferentes e que não podem ser confundidos.

        
Assistimos desde 2003 no Brasil a um processo de desencanto com a política. Observamos a nós mesmos sendo tragados por um vácuo resultante do desacoplamento entre riqueza e cultura. Pessoas sem primeiro grau completo embarcam em aviões para Europa afirmando, como aquelas de nível superior, que os “políticos são todos iguais” e que não há solução para o Brasil..Vejam que escrevo isso sem me interessar se é verdade ou não pois o que me chama atenção é o fato de educação e poder econômico em nada influenciarem esse tipo de opinião. Tal homogeneidade de pensamento é , segundo os intelectuais da nação, prova de sua originalidade e relação com a verdade.

       
Concluo dizendo que é urgente perceber a diferença entre inclusão social e exclusão política e que a gigantesca maioria do povo brasileiro não tem representação partidária alguma. Em toda história da humanidade a guerra civil teve sempre como causa o descrédito com relação a política; nunca o sofrimento com a fome – aviso sombrio para aqueles que ainda defendem o Bolsa Família e que, em 2014, há de ser dolorosamente lembrado.

      
Porto Alegre, 20 de novembro de 2013.






ESTÃO DOENTES? CHAMEM UM MÉDICO CUBANO!

Milton Pires

Às vezes a história tem um senso de humor doentio, não tem? Imaginem um ex-guerrilheiro e terrorista, filiado a um partido que tentou comprar todo Congresso Nacional e que faz negócios com o narcotráfico. Imaginaram? Pois bem, agora lembrem-se do empenho desse mesmo partido em levar a medicina brasileira ao fundo do poço apresentando os profissionais à população como um bando de “burgueses com raiva de gente pobre” e vejam a ironia do destino: é de um médico que José Genoíno precisa! É de algum colega que pode partir a orientação final de mantê-lo ou não em sua própria casa em vez de dentro de um presídio! 
     
Mobiliza-se agora a própria Presidente Dilma falando em “aspectos humanitários” da condição de seu companheiro, não é? Quando ela se manifestou sobre as barbaridades que vem acontecendo dentro dos hospitais públicos do Brasil? Algum de vocês viu alguma notícia em que ela se mostrava preocupada com erros primários que os cubanos estão cometendo com os pacientes brasileiros? Eu não vi, e duvido que veja, alguma coisa nesse sentido.
   
Nada pode ser mais nojento do que aconselhar uma coisa e fazer outra, não é? Revolta-se a petralhada com a idéia que teve Joaquim Barbosa de fazer Genoíno ser atendido por um médico do SUS. Por que, hein companheiros?? Do que vocês tem medo?? Da temperatura ambiente dentro dos consultórios da rede pública? Da condição de higiene dentro dos hospitais ou quem sabe da superlotação nos serviços de emergências? Imaginaram vocês esse “quadro histórico do partido” , e que passou passou por uma das cirurgias mais complexas que se conhece,esperando horas numa fila para ser atendido?
   
Pois bem, petralhada, é isso que todos os médicos brasileiros da rede pública assistem e sofrem todos os dias! É nisso que os soldados de Fidel Castro (disfarçados de médicos) foram metidos quando ingressaram na farsa montada por Padilha e Rogério Carvalho! Qual o problema agora? Por que não pode o companheiro de vocês ser atendido no SUS?
   
Nada é mais urgente para o povo brasileiro do que reconhecer a covardia de vocês..a capacidade incrível de mentir eternamente pregando aos outros aquilo que abominam para si mesmos e de mudar constantemente de valores conforme o que for conveniente para que seu Partido, seu Novo Príncipe como dizia Gramsci, a tudo sobreviva intocado.  
    
Não desejo a morte de ninguém nem prego nesse texto o discurso de vingança. Existe porém uma diferença gigantesca entre vingar-se e mostrar a verdade que surge com a mudança de determinadas circunstâncias históricas. É falta de caridade tripudiar sobre uma pessoa presa que passou por uma cirurgia de aneurisma de aorta? É sim, mas é covardia e falta maior ainda deixar que isso passe batido perante milhões de brasileiros doentes que vão morrer na fila do SUS esperando anos por uma cirurgia que esse bandido executou em questão de horas no melhor hospital brasileiro!
   
Gostaria de saber quantos leitores aqui tem idéia do que é necessário esperar por uma cirurgia cardíaca pelo SUS e fico imaginando quantos deles tem idéia das condições em que operam os cirurgiões brasileiros nos hospitais públicos. Tudo isso fica em silêncio, não fica? Nada disso aparece na imprensa com a elegância de termos como “dieta hipossódica” e “reavaliação cardiológica frequente” que os redatores, editores ou seja lá quem for da mídia amiga escreve sobre o ilustre prisioneiro petista..Não, a morte de gente de pobre e desconhecida não vende jornal, não é mesmo??
   
Continuem escrevendo sobre as condições de saúde de Genoíno na prisão..vocês estão indo bem, companheiros..Imaginem só: as pessoas já sabem “inclusive” que quem opera o coração precisa comer menos sal e controlar a pressão! Parabéns! É grande a “responsabilidade social” de vocês, hein?? Enquanto vocês escrevem Jango é exumado e ninguém fala mais em Celso Daniel... Enquanto vocês lembram os “mortos pela Ditadura de 64” as pessoas agonizam por falta de hospitais em 2013”... Tudo pronto para “redescobrir” o passado, não é?? Tudo preparado para uma homenagem aos “heróis” que, segundo vocês, morrendo metralhados ou de overdose (como os de Cazuza) estavam “lutando contra o sistema”...rsss..Pois bem, termino da seguinte maneira: pouco importa se Jango foi envenenado pelos militares ou Genoíno vai piorar com o sal da comida na cadeia...Vivos ou mortos não foram nem jamais vão ser heróis do povo brasileiro – pertencem ao lixo da história e suas glórias devem ser cantadas para sempre em português de favela com língua presa por litros e mais litros de Coca Cola com cachaça...Esqueçam os médicos brasileiros...
Estão doentes? Chamem um Médico Cubano!
  
Porto Alegre, 20 de novembro de 2013.
 
 
  
 
 
 
AINDA ESTAMOS AQUI, SEUS DESGRAÇADOS
  
Milton Pires
 
As 3 frases que um médico brasileiro precisa conhecer para tornar-se chefe de seus colegas no serviço público são: “isso sempre foi assim”, “eu não estava sabendo disso”, e “desde que fique bom pra vocês; por mim tudo bem”. Foi esse tipo de gente que tornou possível o advento de uma aberração como o Programa Mais Médicos. Filiados ao PIP – Partido do Interesse Próprio – mais de uma vez meus chefes garantiram que não tinham qualquer ligação formal com o PT. Acredito piamente no que me disseram! Não tenho qualquer dúvida da sua “independência” e até mesmo aversão ao partido dos petralhas, mas mesmo assim afirmo que são o tipo de gente preferida por esses bandidos para manter a administração pública sob seu controle.
   
A característica fundamental dos chefes, coordenadores, diretores, gerentes, ou seja lá qual for o nome que tenham essas criaturas que coordenam os serviços públicos brasileiros no governo petista, não é o fanatismo, não é a convicção no socialismo nem a militância política, mas sim a mais completa indiferença, omissão e negligência com o que acontece no seu ambiente de trabalho. Um chefe, para servir ao PT, deve ser alguém completamente “apolítico”...sua integração com os interesses do partido deve dar-se de maneira silenciosa; não ativamente. É calando-se com relação a tudo aquilo que sabe estar errado que esse tipo de mau-caráter sobe na vida chegando aos altos cargos de direção. Sua consciência política é zero! Ele não tem – nem poderia ter – qualquer tipo de opinião a ser defendida perante os seus superiores. Trata-se normalmente de alguém tecnicamente medíocre e moralmente amorfo..de um burocrata que usa frases como “isso chegou até mim”...e “isso veio de cima, infelizmente não posso fazer nada”..
   
Desde 2003, toda máquina pública brasileira tornou-se refém desse tipo de gente. Nos hospitais brasileiros, mesmo que ocupem os cargos técnicos, essas criaturas curvam-se docilmente às ordens finais da legião de alcoólatras, militantes dos movimentos de minorias e sindicalistas que tem a palavra final em praticamente tudo que vai ser decidido.
Há muitos anos esse processo de aparelhamento vem acontecendo. A tomada de decisões nesse tipo de organograma é feita a partir do conceito de “centralismo democrático”..em outras palavras: uma ordem é dada por alguém que, muitas vezes, sequer é conhecido pelos subordinados e transmitida numa cadeia de hierarquia de forma que só se sabe que “veio de cima”...é a mediocridade, a covardia dos intermediários nesse “telefone sem fio” que garante o cumprimento rigoroso da estratégia do Partido-Religião. O efeito da administração dessa ralé na saúde pública do Brasil está cada vez mais evidente: falta tudo! Desde soro fisiológico até fio de sutura o que se observa dentro dos hospitais é uma carência total no que se refere às mínimas condições de trabalho. Os setores de compras dos hospitais públicos, por exemplo, são administrados (aí sim) por gente de confiança do partido que não saberia a diferença entre um litro de soro fisiológico e um de coca cola. Esse estado caótico de coisas é acompanhado, além do mal-estar, pela sensação terrível de que nada há a ser feito...pela ideia de que “não é culpa de ninguém” e pelo contínuo pavor de ver-se envolvido em sindicância e inquéritos administrativos sem fim...
   
É fundamental apontar entre os médicos brasileiros a existência de uma classe de canalhas, de um grupo de médicos capazes de fazer qualquer coisa (na prática deixar de fazer) a fim de receber uma “gratificação por cargo de chefia” no contracheque...1500 a 2500 reais por mês são suficientes para que essa ralé esqueça tudo que aprendeu..para que traia tudo que jurou e para que abandone seus colegas de profissão a mercê das patrulhas de “profissionais da saúde” dentro dos hospitais. Verdadeira legião de recalcados, esse último grupo serve para fazer o trabalho sujo do PT....para conduzir abaixo-assinados..para elaborar memorandos e fazer queixas capazes de colocar as notas das avaliações funcionais (dos famosos estágios probatórios) dos seus inimigos políticos em níveis vergonhosos...
   
Tudo isso que escrevi aqui eu enfrentei, e enfrento até hoje, pessoalmente. Meu caso está longe de ser o único. A guerra que os médicos brasileiros estão enfrentando dentro da administração pública está muito longe de ter um fim. Os efeitos todos nós sabemos quais são: tristeza, sensação de impotência, abandono e a já conhecida sensação de que “ser médico não vale à pena”...
   
Um recado meu e de todos os verdadeiros médicos brasileiros a essa escória que administra a saúde no Brasil: Ainda não desistimos...Ainda estamos aqui, seus desgraçados...
   
Dedicado ao “Dignidade Médica”...rsss..
 
Porto Alegre, 30 de novembro de 2013 







TRADIÇÃO DE CORRUPÇÃO
 
Milton Pires

 
A Folha de São Paulo do dia 29 de novembro trouxe como notícia uma declaração do Presidente do PT, Rui Falcão, afirmando que os "laudos médicos estão sendo manipulados para manter Genoíno preso". Sobre isso digo eu o seguinte: nada há de mais natural entre os bandidos do que julgar toda sociedade conforme sua escala de valores (ou ausência deles).


Quando fez esse tipo de afirmação, Falcão nada mais fez do que apresentar ao país a própria maneira petista de resolver os problemas - a chantagem, o suborno, a compra das consciências e o silêncio da oposição (seja lá o que esse termo signifique no Brasil petista).


Seria aqui ridículo, para não dizer perda de tempo, afirmar que nessa declaração foram ofendidos os médicos que participaram das juntas de avaliação. Que espécie de consideração deveríamos, nós médicos, esperar de uma seita política que vem trazendo para dentro do país pessoas que sequer sabemos quem são e no que se formaram para atender como médicos os pacientes do SUS? Não...o nosso objetivo aqui vai ser outro.


Entender o tipo de deformação moral que vem sendo exercida pelo PT sobre a sociedade brasileira não é tão fácil quanto parece. Requer um exercício de entendimento que possa diferenciar imoralidade de amoralidade, que permita compreender como a primeira se transforma na segunda e que seja capaz de perceber, através do tempo, as modificações que ocorreram na história da corrupção no Brasil até a declaração de Rui Falcão.


Não há aqui espaço para um retorno de 500 anos na nossa história. Mais fácil é aceitar, logo de saída, aquilo que qualquer político corrupto (principalmente os do PT) diz quando pego em flagrante: "isso não começou conosco"...


Talvez esse primeiro aspecto, essa insistência coletiva na noção de "perenidade" da corrupção..de característica "inerente" à nossa cultura política (que emerge cada vez que se fala em corrupção) seja o primeiro e o mais dramático traço a ser ressaltado, pois "o tempo é aquilo que tudo consagra ou que tudo faz esquecer".


Jogo de palavras? Talvez...mas que esconde perigosamente uma falsa ideia de contradição, de oposição ou antagonismo onde a possibilidade de "consagrar PARA esquecer" fica oculta e onde se resume, na minha opinião, a gênese de qualquer "tradição".


Tradição é, em certo sentido, aquilo sobre o que não precisamos pensar...aquilo que dispensa reflexão pois "consagrado pelo tempo"..pode quase ser poupado da crítica..do crivo da moral contemporânea e do raciocínio lógico à medida que apela para aspectos emocionais e noções atávicas à uma determinada cultura. Desconfio que, à luz da razão, o consagrado é sob certo aspecto "esquecido"..
O que quero demonstrar aqui é que, apesar de a corrupção no Brasil não ter começado com o PT, foi essa organização criminosa a responsável por estabelecer na sociedade brasileira a noção de "tradição" no crime político e por transformar  imoralidade em amoralidade capaz de nos anestesiar depois de cada novo escândalo.


Quando afirma que sempre houve "caixa dois"..quando denuncia a "compra de deputados por outros partidos" e quando fortalece no imaginário popular a ideia de que as coisas "sempre foram assim"..o que o PT faz na população é uma espécie da vacina, é a inoculação de um determinado tipo de antígeno capaz de nos fazer perder a sensibilidade, de abandonar o juízo crítico e aceitar passivamente e com indiferença que essa é a ordem natural das coisas na política e que, portanto, não poderia ser diferente na medicina...


Havia corrupção no Brasil antes do PT? Havia, sim..Depois que o PT desaparecer é possível que ela continue? Sem dúvida...Então qual a diferença? A diferença é que depois do PT ela vai ficar como uma das "tradições da nossa classe política", como algo que nunca mais vai poder ser questionado pois tornou-se patrimônio cultural brasileiro, algo como o samba, o carnaval e o futebol, algo como um Cristo Redentor com uma maleta cheia de dólares numa das mãos..um novo símbolo, uma nova característica da sociedade brasileira que nenhuma "junta de historiadores" poderá enfrentar... a Tradição de Corrupção.

 
Porto Alegre, 1º de dezembro de 2013






O ÚLTIMO BOM SELVAGEM – Ensaio sobre a Piedade Civil

Milton Pires

As pessoas são naturalmente boas e a sociedade as corrompe, ou o ser humano é naturalmente corrupto e precisa do Estado para vigiá-lo e para que exista paz? Rousseau ou Hobbes? Respondam rápido (afinal tudo deve ser rápido hoje em dia) se puderem...


Detesto ter que responder coisas rapidamente..Eu nunca fui muito bom nisso e geralmente a resposta que sai é porcaria. Vamos então com mais calma: vejam que nessa “pegadinha” ninguém definiu o que é ser “bom”..o que é ser “corrupto” e muito menos o que é esse ente supremo – o “Estado”. Digo eu que não sei a resposta dessa pergunta, que acredito que ninguém saiba, que aqueles que dizem saber não passam de picaretas e por aí vai...Digo uma série de coisas que se costuma dizer contra quem gosta de brincar com os outros fazendo “pegadinhas” mas digo uma que acredito não ser tão comum assim: parece que essa entidade abstrata, esse ente coletivo, essa figura mitológica que tudo pode e que tudo sabe, cuja voz é a própria “voz de Deus” (a maior besteira de toda história da humanidade) o “povo”, já tem a resposta: ele, povo, se acredita naturalmente bom.


Gostaria que alguém apontasse qualquer “movimento sísmico” das sociedades contemporâneas, qualquer período de crise, ou como fica elegante escrever – qualquer revolução – em que o povo não se achasse detentor da suprema verdade. Depois de 1789 a “voz do povo é voz de Deus” não é mesmo?? Afirmo, portanto, a pouca originalidade das revoluções que vieram mais tarde..Eu vejo Marx, Lênin, e Mao Tse Tung sempre falando francês e repetindo a conversa mole que terminou em Napoleão.


Não acredito que na Europa e nos Estados Unidos ainda exista espaço para se pensar ou escrever sobre um “homem bom” corrompido pela sociedade. Definitivamente não sei o que está na moda entre os intelectuais deles (às vezes acho que eles mesmos não sabem) mas sei bem, sei muito bem, o que a turma do “churrasco na lage”, o povo da “Chinelândia” gosta de pensar: gosta de pensar que o povo brasileiro é um povo bom e que é o “governo malvado” (seja lá qual for) que não cuida dele. Sob certo sentido é verdade: quem se sente “deitado eternamente em berço esplêndido” precisa de babá e nada mais natural do que culpar sempre a mão que balança o berço. No caso da babá brasileira, enquanto faz isso ela prepara a apresentação de um trabalho na Faculdade de Filosofia da USP: sim, temos uma babá que “estuda e trabalha cuidando de nós” ao mesmo tempo!


Pois bem, digo eu que é desse caldo de cultura podre, dessa idéia que a sociedade brasileira tem de ser uma vítima da “pedofilia estatal” que se alimenta no país a vocação totalitária, paternalista, e de nepotismo de qualquer partido político brasileiro.


O homem brasileiro nasce, cresce e morre sempre como um “cidadão bebê” esperando por grandes mamadeiras chamadas “eleições”...Até quando vai essa bobagem não sei mas penso que sem mudar a imagem que tem de si mesma essa nação nada pode esperar dos políticos. Impera no Brasil a filosofia do “coitadismo”..da “exclusão social”..dos “descamisados” e das “minorias”...Grupos, os mais diversos, que guardam todos uma característica em comum – aparência de vítimas..Nunca houve tantas vítimas no nosso país; temos vítimas da Ditadura, do racismo, da homofobia, da xenofobia, do machismo...Pensem em si mesmos: vocês não se consideram “vítimas de alguém ou de alguma coisa”???


Curiosa é essa noção de ser vítima: gostaria que alguém me apresentasse as grandes catástrofes, revoluções e genocídios da história brasileira..Gostaria de saber por quantos terremotos e tsunamis nós passamos..quantos vulcões destruíram as nossas cidades e quais são os nossos cemitérios de veteranos de guerra..enfim eu gostaria que me fosse possível encontrar fatos do nosso passado para sentirmos tanta pena de nós mesmos aceitando década após década as promessas de salvação, os partidos de aluguel, os tiranos alcoólatras e os doutores analfabetos...


Eu nasci e tenho certeza que vou morrer no Brasil...passarei toda minha vida no país dos “últimos bons selvagens” e num mundo que deixou de acreditar nessa besteira há muito tempo...

Dedicado a mim mesmo num dia em que eu estava com piedade de mim....rsss

Porto Alegre, 5 de dezembro de 2013 

  
  
  
  
  
  

VOCÊS VÃO PERDER

Milton Pires
 
Toda organização criminosa que se encontra acuada por inimigos poderosos recorre como meio de defesa à três tipos de táticas diferentes: a fuga, o suborno, ou o crime.
 
O Partido-Religião que governa o país está acuado: as recentes denúncias feitas por um ex-delegado de polícia federal (Romeu Tuma Júnior) colocaram a organização numa situação cuja saída, pelo menos eu, não consigo encontrar. Tuma Júnior aparentemente não pode ser comprado. Seu silêncio não tem preço como o de Valério, Rosemary Noronha ou Jeane Mary Corner. Agir com ele da mesma maneira que agiu com Celso Daniel também não é tão simples: matar delegados de Polícia Federal é um pouco “mais complicado” do que prefeitos corruptos inconformados com a divisão dos ganhos.
 
Qual a saída agora, companheiros? Se não quiserem responder eu mesmo identifico os planos de vocês para 2014. Sabem o que vocês pretendem fazer? Sabem o que eu vou contar como “novidade” para todo mundo aqui?? É que vocês, seus desgraçados, pretendem simplesmente “virar a mesa” ! Vocês sabem (e eu também) que não vão largar o osso de maneira alguma, não é?

Vocês, enquanto eu escrevo, estão selecionando os membros do novo exército de imbecis que durante a Copa de 2014 vai fazer da vida no Brasil um inferno. Sabemos, vocês e eu, que são necessários o caos total, o desespero e a anarquia geral para que vocês se apresentem como guardiões da ordem e da moral. Ordem e moral que vocês jamais tiveram e não tem condição alguma de apresentar a um Brasil cujo cérebro (a Universidade) e o braço (as Forças Armadas) vocês controlam.

O sacrifício de Genoíno e Dirceu, aceitando irem para cadeia em 2013, foi em vão no sentido de preservar o “prestígio” de vocês em 2014. Vocês estão destruindo a Petrobrás e os canalhas, antes seus amigos, da Rede Globo agora estão contra vocês! Complicado o quadro para as eleições ano que vem, né companheiros? Não tentem me enganar dizendo que Dilma é a candidata...que nela vocês confiam (digam isso aos que estão na Papuda..rss) e que a reeleição está garantida...Vocês deram um tiro no pé direito com Dilma Roussef e um no esquerdo com Joaquim Barbosa, seus imbecis!

Tragam ao Brasil 400.000 médicos cubanos, destruam mais vinte estatais, matem mais uma dúzia de prefeitos e ainda assim o problema de vocês continua! O barco está afundando e cada vez mais as pessoas estão percebendo quem são vocês..a quem o país foi entregue..em que lixo se tornou a Universidade Brasileira, a saúde e a segurança pública...

Chamem Frei Beto, convoquem o Chico Buarque..avisem a Marilena Chauí...ainda assim não vai adiantar. São outros tempos, seus desgraçados...as mentiras de vocês ninguém compra mais...

Não é preciso “direita” alguma para se opor vocês..Vocês fazem isso sozinhos sempre sonhando sempre mentindo, inclusive para si mesmos, conduzindo o país para uma mistura de Copa do Mundo, salvamento de Beagles e funeral de Mandela...Não vai adiantar...Vocês vão perder..
   
Porto Alegre, 9 de dezembro de 2013






O SERVIÇO MUNDIAL DA BBC

Milton Pires

Estamos na terça-feira, 10 de dezembro. Já houve tempo suficiente para Revista Veja circular por todo país trazendo a matéria em que o ex-delegado Romeu Tuma Júnior conta, no seu “livro bomba” ; que Lula era informante do DOPS. 


Pergunto a vocês: alguém viu alguma notícia grande sobre isso na Folha de São Paulo, na Zero Hora ou no Jornal do Brasil?? Alguma notícia sobre esse assunto no Jornal Nacional? Só dois temas nas manchetes: a morte de Mandela e a briga de marginais no jogo entre Vasco e Atlético do Paraná, de Minas Gerais..do Acre ou do raio que o parta...


É preciso ter estômago para ser brasileiro numa hora dessas. O maior ídolo do Partido-Religião é desmascarado na revista de maior circulação do país e o resto da imprensa não dá uma palavra! Isso tudo garantido sem uma redação invadida..sem um jornalista desaparecido... Tudo em conformidade com os ideais dessa legião de metrossexuais, homossexuais, pansexuais ou seja lá o que forem esses imbecis de brinco na orelha...essas anoréticas de cabelo cortado com máquina zero que ocupam a imprensa brasileira! Sim! São vocês, seus picaretas...vocês que atravessam as noites nas redações escutando Cold Play, tomando energético e escrevendo as matérias com CONTROL + C !

 
Eu sinto nojo de vocês...O PT tem vocês na mão sem ameaça nem suborno...Vocês, seus idiotas, que ficam escrevendo sobre a morte de Mandela e cadelas que amamentam filhotes de gato são a vergonha da profissão no Brasil. Vocês são dignos daqueles personagens de “Ilusões Perdidas” de Balzac na sua falsidade...no seu cinismo e hipocrisia na hora em que escolhem o que vão escrever.

 
Ultimamente tenho me decepcionado com a minha maneira de escrever. Só encontro raiva, acusação e ironia naquilo que ponho no papel. Ataco sem parar meus próprios colegas de profissão cortando na própria pele se for preciso para denunciar a canalhice de certos médicos brasileiros, mas hoje chegou a vez de vocês: vocês, seus canalhas petistas que ocupam as redações! Vocês estão abaixo do próprio PT tradicional pois servem a esses bandidos sem sentirem. Pensam que pensam por conta própria..Acreditam-se os termômetros da democracia. Vocês dizem que “liberdade de expressão é a expressão da liberdade” num jogo de palavras para idiotas no qual vocês mesmos não percebem que deixaram de ser livres há anos..há décadas atrás ... lá pra trás, nessas espeluncas que são as faculdades de jornalismo, comunicação social e relações públicas que não passam de tubos de ensaio petistas.

  
Faz muito tempo que não é mais possível obter praticamente nada da leitura de jornais nem da televisão brasileira. O nosso rádio – ao contrário do que ocorre nos EUA - é dominado por idiotas que falam em futebol das 7 horas da manhã até a meia noite e o que nos resta hoje são blogs, grupos de facebook e mensagens de twitter..A sensação é de retorno ao tempo do radioamadorismo e da busca frenética das notícias em ondas curtas que eu mesmo fazia nas décadas de 1970 e 80...

 
Graças a vocês, seus imbecis, a condição de informação no Brasil é aquela da Segunda Guerra Mundial...Falta muito pouco para nós passarmos a descobrir as notícias sobre nós mesmos no Serviço Mundial da BBC.
 
Porto Alegre, 10 de dezembro de 2013







A CONDIÇÃO DE HOMEM COMUM
 
Milton Pires
 
Quando escreveu “Em Busca de Sentido”, Victor Frankl, lembrando de sua experiência no campo de concentração, descreveu situações em que alguns de seus colegas simplesmente desistiam de viver. Eles deixavam-se ficar nos alojamentos, deitados em suas camas...não buscavam mais por comida e finalmente, vagarosamente, morriam.

   
Duvido da existência de uma “teoria psicológica das sociedades”..Vejo com ressalvas a ideia de entender o coletivo como um organismo vivo em que imperam os impulsos de um inconsciente único capaz de ser estudado sob leis e princípios equivalentes aos da psicanálise.
 
Escrevo essas linhas com a intenção de pura especulação. Meu objetivo é tentar imaginar que efeito poderiam ter o caos e a corrupção..a sensação de desesperança ou de que “as coisas sempre foram assim” sobre o Brasil Petista. Uso essa expressão, Brasil Petista, no mesmo sentido em que os historiadores falam em Alemanha Nazista. Entendo perfeitamente as diferenças entre os dois regimes sem ser ingênuo para compará-los em termos do holocausto e do genocídio que um deles produziu, mas sempre lembrando que são os dois representantes inseparáveis da experiência totalitária do século XX. O PT, assim como o Partido Nacional Socialista, é um organização criminosa e totalitária. Já escrevi sobre isso antes e não vou voltar ao assunto aqui.

 
Retorno ao tema do texto colocando agora a o problema sob forma de pergunta: quais os efeitos sobre o povo brasileiro que o caos e a corrupção, continuamente noticiados, trazem para nossa capacidade de reagir?? Existirá na sociedade uma reação semelhante aquela descrita por Frankl para aqueles estavam no campo de concentração?


Afirmo aqui que existe um grau de corrupção, um nível de caos e de confusão dentro de uma sociedade onde toda esperança num futuro diferente desaparece..Um momento de sofrimento único cuja comparação que me ocorre fazer no momento é aquela do Camboja em 1973 quando os B-52 lançaram sobre o pequeno país uma quantidade de explosivos maior que tudo aquilo que os Estados Unidos usaram na Segunda Guerra Mundial. Os sobreviventes, muitas vezes cegos e surdos, saindo de suas seus abrigos (verdadeiras tocas no chão) encontravam-se perante uma paisagem quase lunar. Numa experiência única sentiam-se como que “fora do tempo”...esperando por alguém ou alguma coisa que pudesse lhes devolver o “sentido” da vida...momento perfeito para o surgimento do Khmer Vermelho e do seu regime genocida.

 
Novamente faço a ressalva de que sei muito bem que não estamos na Alemanha Nazista, que B-52 algum despejou bombas sobre o Brasil e que essas comparações (perigosas como qualquer comparação) tem por objetivo único estabelecer um paralelo..uma simples analogia em termos do grau de apatia..da sensação de desesperança entre os sobreviventes das grandes tragédias que eu relatei e dessas pequenas tragédias brasileiras...essas que, sem bombas e campos de concentração, nos vão matando aos poucos..nos reduzindo a seres fora do tempo e portanto a homens e mulheres sem esperança.

 
Cada vez que dizemos que as coisas “sempre foram assim” ou que “antes era muito pior” abdicamos da capacidade de imaginar um mundo diferente...nós nos anestesiamos..nos tornamos convictos de que todos os partidos são iguais, todos os políticos são iguais que todos NÓS somos iguais...Nós nos tornamos tão iguais, uns aos outros, que precisamos cada vez mais da noção de “minorias” para encontrar nelas aquilo que antes foi inerente a própria condição humana. Somente nos encontramos com força suficiente para termos piedade quando olhamos para “mulher espancada”..para o “negro despedido”...para “criança abusada”..Nós precisamos cada vez mais de subgrupos para depositar o que nos resta de compaixão e o que ainda nos identifica como humanos numa curiosa inversão de hierarquia em que só a condição de exclusão é capaz de justificar a caridade e o princípio de empatia.

 
Ai daquele que em sofrimento for só mais um ...um que não pode despertar piedade por pertencer a algum grupo minoritário..a uma parcela de excluídos..um que não seja refugiado de guerra ou perseguido político..que seja só mais um qualquer, quem sabe até nós mesmos..numa emergência imunda ou dormindo numa rua sem nome...Esse vai morrer sozinho..na condição de homem comum.

Em memória do amigo Oswaldo Flores.

Porto Alegre, 12 de dezembro de 2013



 



O MAL NECESSÁRIO

Milton Pires

Na década de 1980, quando eu era um adolescente, era impossível não ser de esquerda. O Brasil inteiro queria votar..não havia quase ninguém, de bom senso, que não atribuísse tudo de ruim que estivesse acontecendo conosco ao Regime Militar. A história que nos era contada, e é até hoje, era de que tudo em 1964 transcorria normalmente...o país vivia em plena democracia quando – sem mais nem menos – malvados militares resolveram derrubar o governo e tomar o poder.


A capacidade de uma mentira permanecer como verdade através da história não depende de quem a conta..não depende do seu grau de elaboração nem da inteligência de quem vai escutá-la, mas sim do tempo de preparação...da capacidade de, cotidianamente, expor a população aos seus efeitos.


Toda década de 1970 e a maior parte dos anos 80 foram de repetição. A esquerda brasileira aplicou milimetricamente o princípio de que a mentira – uma vez repetida milhões de vezes – acaba por tornar-se uma verdade. Cada vez que alguém pensar em tirar o PT do poder através de um golpe militar no Brasil, deve lembrar-se disso: o verdadeiro poder está na capacidade de tomar os “corações e mentes” das pessoas...É o poder que diz como o passado deve ser contado e como deve ser entendido....de nada adianta a preparação exaustiva de uma nova classepolítica que não seja capaz de desmentir a maneira de contar nossa história.


A autoridade que o Partido-Religião exerce sobre a população é uma autoridade quase “secular”..Toda base moral (na verdade amoral) de sustentação dessa organização criminosa está fundamentada num discurso histórico que até hoje não encontrou oposição à altura. É impossível derrotar os petistas que, vendo-se acuados, apelam para o falso dilema: “então você quer os militares de volta??”...Corrupto ou não, o PT atravessa o tempo como uma evolução..como uma espécie de mal necessário e como a resposta natural de um período que não teria como ser superado sem a emergência dele mesmo no Brasil: é o raciocínio dialético que permeia a argumentação petista como uma verdade maior ...como um princípio de entendimento da própria história e como algo dogmático ...uma verdade científica incapaz de ser questionada.


O desafio que esses bandidos colocam para o Brasil de 2014 é gigantesco à medida que testam , no povo brasileiro, algo que praticamente não existe: a sua capacidade de lembrar do passado...seu juízo crítico com relação a história nacional dos últimos 50 anos e sua habilidade de reconhecer aquilo que realmente aconteceu.


Afirmo aqui que nada pode ser esperado da gigantesca maioria da nossa população sem um entendimento correto de 1964. Estamos presos no tempo! Nossa história parou naquela época e passou, então, a ser contada pelos vencedores. Ocorre que uma das táticas desses vencedores consiste em, nada mais nada menos, afirmar que “perderam”...Pergunto eu: onde perderam? Em que aspecto foram derrotados??? Não há absolutamente dúvida alguma de que os militares tomaram o governo..mas e o poder??? Que relação existe entre poder e governo? É possível obter uma coisa sem a outra?


Em 2014 completam-se 50 anos da intervenção militar...50 anos em que a história segue sendo contada por aqueles que realmente venceram – esses que agora preparam a nação para o regime cubano. Nada mais falso do que aceitar por parte dessa gente o desafio de “olhar para o futuro”...de pensar no “Brasil do século XXI” sem olhar para trás..sem pensar mais naquilo que houve pois aquilo que houve já está devidamente explicado..interpretado..justificado...de uma maneira irresistível para um povo que não quer saber do que aconteceu; mas daquilo que está por vir.


“Esqueletos no armário” é uma expressão consagrada nos Estados Unidos para designar aqueles que querem esconder aspectos constrangedores do seu passado, mas até onde sei é algo que se aplica às pessoas; não aos governos. Imagino o tamanho do armário necessário para guardar 50 anos de mentiras na maneira de contar a história e o efeito que teria a abertura de suas portas.


O povo brasileiro tem aversão à depressão..é incapaz de se entristecer sinceramente e de olhar com honestidade para o próprio sofrimento...Ele continua atravessando uma história em que só existe lugar para presente e o futuro..e onde todo passado já foi esquecido.


Todo mal que estamos vivendo é, segundo o Partido-Religião, o “mal necessário”.

    
Porto Alegre, 15 de dezembro de 2013
  






IMPORTEM PROFESSORES CUBANOS !
  
Milton Pires
  
Parece haver retornado, pelo menos nas redes sociais e em certa parte da mídia, a discussão a respeito dos kits gays nas escolas.
 
Esse assunto, que aparentemente tinha sido esquecido, torna a ocupar “espaço”..torna a gerar “discussões” e testar opiniões no sentido de classificá-las como “conservadoras ou liberais” em relação ao assunto.
 
Não vou perder tempo aqui defendendo a infância, dizendo que as crianças não são pequenos adultos nem que o simples conceito de sexualidade (seja de que tipo for) para elas está em formação. A ralé, a verdadeira escória petista que infecta a universidade e os debates sobre o tema é imune a esse tipo de apelação. Não há, para esses desgraçados, inocência alguma a ser preservada! A vida para essa gente é desprovida de qualquer sentido transcendental...Não há surpresa, não há esperança, nem arrependimento: toda culpa é uma culpa “burguesa” que só existe em função das relações econômicas – essas sim perversas para turma do kit gay – a serem destruídas.
  
Meu objetivo nessas linhas é outro: fazer um simples aviso para aqueles que pretendem enfrentar esses bandidos. Não aceitem qualquer discussão com eles. Lembrem-se daqueles filmes de exorcismo em que os padres avisam os familiares das pessoas “possuídas” para que não conversem com o “demônio”. É lamentável, mas nada mais há a ser feito contra essa gente do que o emprego da força bruta por parte das força policial (se algum dia houver força policial que não esteja sob comando deles).
 
Para não que não tornem esse texto como uma apologia da violência física sugiro aos pais que simplesmente tirem seus filhos da escolas onde se absurdo for implantado: O PT humilha os soldados brasileiros, persegue os médicos, bate em professores e leva seus policiais à miséria! Nada mais esperado do que aquilo que querem fazer com as nossas crianças.
 
Quem expõem crianças ao lixo distribuído pelo Governo Federal não tem direito à defesa alguma do ponto de vista moral. Outrossim, goza da proteção de um partido revolucionário interessado em solapar qualquer autoridade que o pais possam ter sobre os filhos para, ele mesmo, substituir a família como base da sociedade.
 
Isso tudo que escrevi aí acima já foi dito milhares de vezes. Segundo a imprensa amestrada, não passou de uma reação dos “conservadores, dos defensores da Igreja e daqueles que querem o Regime Militar de volta” mas agora eu gostaria de fazer uma pequena observação..Uma observação sobre quem são os professores brasileiros, sobre quem vai receber essa porcaria toda que o PT vai distribuir nas escolas e está na linha de frente, incumbido de apresentar ou não esse lixo todo às crianças.
 
Digo eu o seguinte: A alta cúpula (talvez até alta “cópula”) do Partido Religião sabe quem são os professores brasileiros...entende perfeitamente bem que 99% deles não são petistas, mas sim pessoas de bom coração, que tem eles mesmos os seus filhos nas escolas e que jamais vão colaborar com a destruição dos valores da família brasileira. Isso mesmo: a gigantesca maioria dos professores do Brasil não vai expor as nossas crianças a esse lixo e o material – tenho certeza – vai ficar esquecido nos armários das escolas públicas. Tudo estaria resolvido não fosse a lembrança do dinheiro que se gastou para fazer esse tipo de porcaria e quanto dele o próprio Partido deve ter roubado, desviado, superfaturado ou seja lá o que for, como aliás sempre faz em tudo aquilo que coloca suas patas. Desesperado e frustrado, o Partido-Religião vai ver acontecer com a educação o mesmo que aconteceu com a saúde no Brasil – quem trabalha nessas áreas vai se recusar a pensar e se comportar como revolucionário comunista botando por água baixo tudo que esses canalhas planejam implantar.
 
Meu recado para a ralé petista sobre o seu kit gay é o seguinte: “não vai dar certo, companheiros! Importem professores cubanos”
 
Porto Alegre, 16 de dezembro de 2013.







PROCURE UM MÉDICO QUE SAIBA MENTIR.
 
Milton Pires
 
Quase no fim do filme, Tropa de Elite II tem uma cena muito interessante. Denunciando a corrupção na Polícia do RJ, o personagem de Wagner Moura, numa de suas frases, diz “que o policial não puxa o gatilho sozinho..”
 
Essa frase, coloca ao meu ver de uma maneira muito sutil, a dúvida a respeito de qual polícia a sociedade quer na rua. Mais do que isso: ela indaga que tipo de educação de segurança e saúde a sociedade quer...ela chama à responsabilidade uma nação que só pensa em carnaval e futebol e na qual os serviços públicos são, em grande medida, aquilo que a sociedade “quer” deles.
 
O Governo Federal tem liberado pesquisas mostrando um apoio maciço da população mais pobre do Brasil a essa barbaridade chamada Mais Médicos. Nessas pesquisas eu acredito! Elas nada mais refletem do que a consciência política de um povo que aceita ser tratado como rebanho tocado pelo PT. Digo que, cada vez que denunciamos um erro grave desses pseudomédicos trazidos por Padilha ao Brasil, deveríamos também censurar severamente a população que aceitou essa gente aqui e que vem dizendo nas pesquisas que está satisfeita com o Programa.
 
Até onde se sabe..até onde foi noticiado..o primeiro cadáver a ser colocado na conta do Governo Federal ainda não surgiu; ou surgiu e foi escondido. Dados atuais dão conta de 1.665.000 casos de sepse nos EUA com uma mortalidade em torno de 20 a 50% ao ano e não há razão alguma para pensar que esses números sejam menores no Brasil. Além dos casos de sepse, nosso país tem na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e na Cardiopatia Isquêmica (com suas complicações) dois motivos de gigantescos de indicação de internação hospitalar num país cuja infraestrutura para atendimento secundário está destruída.
 
Escrevo agora para quem está no interior do Amapá ou aqui no Rio Grande do Sul...No Rio Grande do Norte ou em Rondônia...Vocês que não conseguem caminhar uma quadra sem sentir falta de ar, que estão com a pernas “inchadas” e que tossem a noite inteira – procurem os médicos cubanos e vejam se eles vão resolver os seus problemas! Sabem “o que” vocês são? Vocês são aquilo que nós chamamos aqui no Brasil de pacientes “crônicos”. A maioria gigantesca de vocês tem mais de 60 anos, muitos fumaram (e ainda fumam) a vida toda, tem a pressão arterial sem controle algum e só sabem como está o “açúcar no sangue” com a aquela espetadinha no dedo que a enfermeira faz no posto de saúde. Vocês não aparecem nos jornais, o Dr. Drauzio Varella não faz reportagem sobre vocês, não há alas inteiras de hospitais reservadas a vocês como existem para aqueles que usam crack ou tem AIDS...Sabem por quê? Porque as doenças que vocês tem são, num grande número de casos, incuráveis! Vocês dependem e vão depender de medicação a vida toda! Custam caro para esse maldito governo comunista que, se pudesse, mataria todos vocês em vez de deixá-los ficar usando o SUS e recebendo dinheiro do INSS. Ninguém diz isso a vocês, não é?? Pois eu digo! Atender vocês significa manter hospitais em bom funcionamento. Hospitais equipados e com médicos capazes de mudar a história da doença de vocês. Isso custa dinheiro que precisa vir de 3 fontes: do município, do Estado e do Governo Federal. Até hoje não existe sequer lei definindo qual o percentual de dinheiro que esse último deve repassar ao SUS: são os municípios e (em parte muito menor o Estados) que sustentam essa mentira de atendimento universal.
 
Entendam por favor que esse programa criminoso só serve para manter o Partido Religião no poder..que ele não tem interesse algum em ajudar vocês nem lhes contar – como eu fiz agora em palavras grosseiras – a verdade sobre suas doenças.
 
Meus amigos, quando eu me formei médico, jurei muitas coisas...Nosso juramento, afinal de contas, é enorme e hoje em dia pode ser mais facilmente lembrado por algum repórter policial do que qualquer médico recém-formado. Eu confesso que já não me lembro mais de tudo que existe nele, mas lembro de uma coisa que não existe, pelo menos de maneira clara: a promessa franca de dizer sempre a verdade, custe o que custar, ao doente que atendemos.
 
Quando o PT finalmente conseguir liquidar com a Medicina no Brasil, os médicos que ele vem perseguindo e humilhando ainda vão ter uma obrigação e uma chance final: dizer a verdade! Nesse sentido sugiro que o Ministério da Saúde Petralha inicie nova campanha..Já sei até o lema ideal para esse tipo de gente . “O Ministério da Saúde Adverte: Procure um médico que saiba mentir”
 
Porto Alegre 21 de dezembro de 2013.  







EDUCAR PARA ESQUECER

Milton Pires
 
“Por que só o homem é suscetível de tornar-se um imbecil?” Essa pergunta foi feita por Jean Jacques Rousseau quando escreveu o “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens.” Pensando numa eventual resposta, não posso deixar de partir de alguns pressupostos: o primeiro, e mais óbvio deles, é que na frase o filósofo refere-se à toda humanidade. Nada mais justo, portanto, do que atribuir um sentido profundamente político a sua pergunta à medida que aceito que a educação, ou sua falta, podem mudar toda uma sociedade e, dentro dela, o comportamento de uma espécie.

Imaginem agora a minha dificuldade, atendendo ao pedido de um amigo, em escrever sobre educação numa época e num lugar onde toda politica pública é ditada pelo princípio da igualdade absoluta. Igualdade essa filha de princípios surgidos da herança da Revolução Francesa e do legado de Rousseau que levaram à tragédia de 1917.

Nada mais justo do que a celebração da igualdade, não é mesmo? Nada mais democrático do que pensar que médicos são iguais às enfermeiras, que os políticos são todos iguais..que os policiais e bandidos gozam, em “essência”, dos mesmos direitos humanos..e que enfim, professores e alunos devem pautar sua relação numa discussão “entre iguais”

Afirmo, como petição de princípio, que o ato de educar é, em primeiro, lugar um ato de amor pois digo que amar é, antes de tudo, uma forma de conhecer e de, ao mesmo tempo, ensinar. Romântico, como isso pode parecer a primeira vista, acrescento que é, por parte do educador e do educando, um ato de responsabilidade e digo por último, mas talvez em primeiro lugar, que só pode haver responsabilidade de professores e alunos enquanto houver diferença entre eles.

Inicio agora o corpo do artigo naquela que considero a mais simples das premissas: na igualdade coletiva absoluta nada pode ser responsabilidade individual plena e digo que nada pode ser mais previsível nela do que o fim da relação pedagógica e da própria possibilidade da educação.

Tudo que está acontecendo no Brasil do ponto de vista da educação fundamental é, ao meu ver, consequência daquilo que tentei expor acima. A relação pedagógica transformou-se em relação política. Nada há que ser ensinado de maneira particular....nada há que se individualizar pois não é meta do Partido-Religião transformar pessoas; mas sim a sociedade. O corpo social a ser transformado não é o mesmo daquele do indivíduo a ser educado pois quem educa verdadeiramente uma criança deve fazê-lo para liberdade de pensamento e não para revolução cultural.

Não há proposta de educação fundamental alguma em andamento no Brasil e grave é perceber que a ausência dela é a própria proposta em si. É no sofrimento das crianças sem aula ou das aulas em “escolas de lata”...é da miséria dos professores, das greves e do salário de fome que vai surgir a “tábula rasa”... o “ano zero da educação no Brasil” onde finalmente não haverá de sobrar legado cultural algum a ser transmitido, pois tudo há de ser esquecido. Tudo que ocupa atenção do Partido-Religião nesse momento não é o controle das crianças; mas de seus professores. É na lavagem mental dentro da Universidade Brasileira que está sendo construída a desgraça das crianças que precisam ser alfabetizadas e isso infinitamente mais grave do que aquilo que citei antes sobre a educação fundamental.

Só pode compreender o que está acontecendo com a educação no Brasil aquele que aceitar o pleno andamento da Revolução Cultural e que perceber que não é objetivo algum desse movimento educar ninguém, mas exatamente o contrário: deseducar! Criar uma massa de gigantesca de adultos ignorantes, infelizes e incapazes de se sentirem responsáveis pelo próprio fracasso enquanto indivíduos e permanentemente dispostos a colocar a responsabilidade em outras pessoas.

É do sentimento de abandono...da noção de injustiça e do conceito de exclusão social que o Partido -Religião se alimenta e é na ignorância que toda revolução socialista tem o seu mais potente motor.

A educação brasileira de ensino fundamental no Brasil Petista poderia ser resumida numa só expressão: Educar para Esquecer.
 
Dedicado ao amigo Samir Schneid.
 
Porto Alegre, 23 de dezembro de 2013.




 


LIVROS SEM TÍTULOS

Milton Pires
 
Certa vez, há um bom tempo atrás, e estando eu de plantão, num momento em que o movimento estava reduzido (até pelo adiantado da hora) procurei uma dessas salas...uma dessas coisas chamadas de “estar médico” e sentei para ler um pouco..Ocorre que na tradicional sujeira e confusão que são esses lugares (onde nada é de ninguém) coisa alguma havia que me interessasse. Revistas e jornais velhos, além é claro, daqueles livros de medicina cuja atualidade só poderia fazer sucesso em Cuba. Fuçando numa velha prateleira, acabei encontrando (vejam só que “horror” para um hospital público num “Estado Laico”) uma Bíblia.

Estando sozinho na sala, aquela hora da madrugada comecei a ler alguns trechos. Como sempre faço quando tenho oportunidade vou direto ao Velho Testamento: gosto de Jeremias, Isaías, enfim..a “turma” que andava chateada com Israel em função do estado de coisas na época. De repente, entrou na sala o colega que até então estava ocupado. Vendo que eu lia, perguntou do que se tratava. Respondi que era a Bíblia e ele, num tom de zombaria, disse: “não sabia que tu eras, religioso” Eu respondi que eu também “não sabia” e perguntei: “sou religioso porque estou lendo a Bíblia?” Afirmou ele que sim e daí eu não resisti: “concluo, portanto, que se eu estivesse lendo “Minha Luta” (e eu já li) de Adolph Hitler, eu seria um nazista, não é mesmo?”

Vi que o sujeito, sentindo-se apanhado numa armadilha, sentiu-se constrangido e resolveu não levar mais as coisas adiante.

Contei essa história para vocês como introdução do texto para fazer uma pergunta, e ao mesmo tempo um comentário: Vocês poderiam me explicar de onde veio no Brasil essa tradição de “somos o que lemos”?? Eu sinceramente não sei a resposta! Digo mais, lembrando o quão pouco se vê gente lendo nos locais de trabalho ou em casa hoje em dia deveríamos fazer o caminho inverso e afirmar que “quem não lê nada, não é nada”..rsss..rsss..não é mesmo??

Escrevo, e esse é o objetivo do texto, que a falta de “personalidade cultural” dos brasileiros chegou a tal ponto que nada mais previsível do que julgar as pessoas e as idéias que elas supostamente professam pela capa do livro que vemos elas lendo! Pode haver absurdo maior do que esse??? De onde surgiu idéia tão ridícula? Nenhuma defesa do hábito de ler, do elogio da leitura ou da sua importância naquilo que pensamos pode justificar uma coisa como essa.

O que autoriza alguém a pensar isso quando vê outro lendo é a falta de juízo crítico, a incapacidade total de saber a diferença entre ler e acreditar e a vida numa sociedade sem capacidade alguma de abstração, de transcendência ou de extrapolação da realidade palpável, da realidade “noticiável” mais trivial. O que pensar, pergunto eu, da maturidade ou da moral da mulher brasileira, por exemplo se considerarmos “Cinquenta Maneira de se Masturbar” como o livro que representa essa parcela da população?? O que dizer do homem médio e da cultura brasileira se quisermos nos basear no volume de livros vendidos por Edir Macedo para julgar nosso panorama intelectual??

Ler, recolher-se, isolar-se do outro e do politicamente correto é visto popularmente como uma identificação automática entre escritor e leitor...Quem lê a Bíblia “deve ser alguém que a toma ao pé da letra”..quem leu Hitler “deve ser nazista” e por aí vai...um festival de besteiras sem fim capaz de deixar a alta cúpula do Partido-Religião e de seus lacaios dentro da Universidade Pública orgulhosos de tanta burrice.

Em breve vai chegar o tempo em que um novo item vai fazer sucesso nas livrarias e casas de material de escritório..Capas para os livros que estão à venda...capas dos mais diversos estilos: de couro, de material sintético, de pano ou simples papelão e que vão se adaptar perfeitamente ao livro vendido podendo inclusive ser compradas na mesma hora que ele. Vai ficar mais confortável ler assim, vai ser um ato mais civilizado, mai discreto e politicamente correto..vai ser o tempo dos Livros sem Títulos..
 
Porto Alegre, 25 de dezembro de 2013.




 


Saturno Engolido pelo Seu Filho
 
Milton Pires
 
Cada vez que uma pessoa afirma que todos os partidos são "iguais", está automaticamente dizendo que nada na política é responsabilidade de alguém ou de algum projeto de poder.
 
O PT é uma organização criminosa ligada ao narcotráfico cujo projeto de poder foi capaz de abocanhar e destruir a identidade de todos os outros partidos. Isso ele o fez através da cultura; não da compra de votos no Congresso ou distribuindo cargos..Não é o governo que é petista; é o Brasil! Mesmo pessoas que não votam nesses bandidos colaboram com eles em função do medo se sentirem velhos, conservadores ou isolados perante o resto de seus conhecidos. Fora das categorias do pensamento petista...longe do ecologismo, da apologia do aborto e do homossexualismo, esses “velhos jovens” têm medo de ficarem “pra trás”.
 
O PT é uma doença moral da sociedade brasileira cuja cura só pode se dar através da reparação individual e da coragem de ter uma opinião própria que não dependa da aceitação "social"..O Brasil precisa de uma sociedade, em certo sentido, "não civil" haja visto que esse termo engloba em si mesmo todos os valores do relativismo e da apatia que o Partido-Religião conseguiu implantar no país...A "sociedade civil organizada" nada mais é do que a ditadura cultural do Partido-Religião em pleno andamento. Nunca essa sociedade "organizou-se" de maneira espontânea aqui no Brasil..Ela foi, e ainda é, metodicamente construída, diariamente elaborada...silenciosamente e quase de maneira subliminar por uma elite universitária que conseguiu associar normalidade (inclusive em termos de saúde mental) à aprovação coletiva...O mundo do partido religião é um mundo de números..um mundo de quantidade onde qualquer diferença se perde ou é artificialmente construída segundo interesses políticos..Não existe "certo" ou "errado" para o Partido...Não existem contradições no sentido moral do termo pois a própria moral é apenas instrumento na guerra assimétrica onde pode, acima de tudo, emprestar à luta intestina dentro do próprio Partido a impressão de democracia que deve ser atribuída à sociedade.
 
A discussão sobre a cultura no Brasil é a discussão possível dentro das tendências do Partido..Os rumos da democracia da Nação são aqueles discutidos em seus Congressos Nacionais..Não há mais diferença entre o Governo, a sociedade e o Partido..Tudo É o Partido e nada pode escapar ao debate dentro dele...O debate sobre o futuro do Brasil, seus problemas, seus rumos tornou-se finalmente uma discussão de assembleia petista...Todos os termos usados são termos do debate intrapartidário de maneira que seria melhor entendermos para sempre que só existe um Partido no Brasil, todos os outros são "correntes"..."tendências".."alas" ou seja lá que nome queira se usar para esconder para sempre uma história curiosa: Um “Saturno nos Trópicos” que Scliar não imaginou..ou que imaginou mas sobre o qual não quis escrever...Filho do Brasil; o PT engoliu seu próprio Pai.
 
Porto Alegre, 28 de dezembro de 2013




 


TERMÔMETRO DO BRASIL

Milton Pires

Quase um século atrás (28 de julho de 1914) começava a Primeira Guerra Mundial, evento maior do século XX e que definiria praticamente tudo que ocorreria do ponto de vista político dali por diante. Guerra atípica, caracterizou-se inicialmente por um clima de euforia..quase de festa em que as pessoas chegavam a comemorar com bandeirinhas nas ruas a entrada de seus países no conflito..Era uma espécie de Copa do Mundo: era bonito ter sido “classificado” para entrar em guerra. Não se sabia o que vinha pela frente...não se sabia do efeito das novas armas sobre os soldados, de toda tragédia das trincheiras, do horror do gás e da legião de mutilados pelas metralhadoras.

Inicia hoje o ano de 2014 e o Brasil entra nele num clima de festa: vai ter futebol, eleições..a economia segundo o governo vai “como nunca antes na história desse país..” Escrevo como se fosse uma época semelhante àquela que antecedeu o agosto da Grande Guerra: um tempo de “paz”, de “Bolsa Felicidade” em que falar em guerra merecia deboche, um conflito mundial não passava de uma “Grande Ilusão.” Podia-se sentir, na Europa de 1914, a calmaria que precede uma gigantesca tempestade.

Já não se pode mais, em nenhum grande meio de comunicação, saber a verdade sobre o que está acontecendo no Brasil. Não se escuta uma palavra do presidente Lula e Joaquim Barbosa ainda é uma incógnita para todo mundo no sentido de sabermos se vai ou não concorrer à Presidência da República..O Exército está completamente calado. Acuado e humilhado como jamais foi e, ainda assim, mudo. A Rede Globo e as demais grandes emissoras não dão uma palavra sobre o recente livro do ex-delegado Romeu Tuma Júnior que traz denúncias gravíssimas sobre o Partido-Religião e sobre Lula..Tudo na mais perfeita ordem...Tudo na mais santa paz.

Meus amigos, sabemos muito bem que decide-se nessas próximas semanas e meses o futuro da eleição no Brasil. O PT fez, e ainda está fazendo, muita gente grande perder dinheiro. Essas pessoas tem influência, e muita, na próxima eleição. Ao mesmo tempo, sabemos que o PT cobra na justiça uma dívida bilionária da Rede Globo pois precisa urgente garantir que a economia não desmorone de vez: o FMI apresentou recente previsão de crescimento de 2,5% ao invés de 3,4 como anteriormente divulgado. A inflação, segundo algumas previsões, deve chegar a 6% ao ano.

Tudo é incógnita..tudo é incerteza num clima que lembra o de 1914 quando as partes que haveriam de se enfrentar mediam forças no campo diplomático não fosse o fato, sempre a ser lembrado, que o PT não tem oposição..que não há inimigo interno algum a ser enfrentado, mas sim a uma oligarquia financeira internacional que deve agora estar sentindo no bolso o preço de envolver-se com esse governo brasileiro corrupto. Sobre as eleições digo o seguinte: elas hão de ser decididas por gente de fora do Brasil no sentido de prestar ou não apoio ao plano petista de manter Dilma ou trazer Lula de volta ao poder..Afirmo que o “porta-voz” dessa gente no Brasil chama-se Rede Globo e que contam ainda com a possibilidade de emitir uma “ordem” para que Joaquim Barbosa entre em campo para disputa obrigando de vez o Partido-Religião a levar o país ao caos como fez em junho de 2013 (na minha opinião um ensaio geral) para depois apresentar-se como salvador da pátria...

Quem permitiu, fora do Brasil, que o Partido-Religião chegasse ao poder aqui dentro e ele mesmo, Partido-Religião, agora se observam calados...medem-se como adversários mortais percebendo que qualquer erro há de ser fatal no futuro, que não é perdoável enganar-se agora e que toda atenção é pouca para que não seja perdido nenhum detalhe.

Pela primeira vez há que se repetir à exaustão o bordão dessa organização corrupta, tão obcecada por estar em paz com o poder como o próprio PT – A Rede Globo de Televisão. É nela que devemos “ficar de olho” para saber se o Partido-Religião ainda está ou não “de bem” com o capital internacional e com aqueles que podem garantir sua permanência em 2015.

Sem jamais ter merecido crédito algum, sem ter pensado em qualquer outra coisa que não fosse em si mesma..sem ter respeitado instituições, sem ter sido republicana e muito menos afeita à democracia, a Rede Globo continua, ainda hoje, sendo o fiel da balança...A Globo, queiram ou não, é quem sabe se a Grande Guerra virá ..Ela é o “Termômetro do Brasil”...
 
Porto Alegre, 1ºde janeiro de 2014.

 
 
  
   
  
  
  
  
  
ESTE ARTIGO SERÁ ATUALIZADO DE TEMPOS EM TEMPOS, CONFORME O DR. CARDIOLOGISTA GAÚCHO, MILTON SIMON PIRES FOR ENVIANDO NOVOS ARTIGOS.
   
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GRATO PELA COMPREENSÃO.
       
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QUANDO ESTE ARTIGO ESTIVER MUITO CARREGADO, COM UMAS 20 POSTAGENS DO MILTON PIRES, EU CRIO OUTRO ARTIGO PRA DIVIDIR, E MANTENHO O LINK DO ANTERIOR, E DOU CONTINUIDADE NO SEGUINTE.
      
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E ASSIM SUCESSIVAMENTE.